A doença cardiovascular é a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Sabe-se que a presença de fatores de risco clássicos (hipertensão, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo, diabetes e histórico familiar) aumenta a probabilidade de doenças cardiovasculares. Porém vários outros fatores, podem também explicar as diferenças na carga de doenças cardiovasculares entre as populações. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma dieta inadequada é o principal fator de risco para mortalidade precoce ao redor do mundo.

Diversos estudos observacionais encontraram forte associação entre o consumo de grãos, frutas e hortaliças, alimentos ricos em vitaminas e minerais, com baixa mortalidade cardiovascular e menor risco para infarto do miocárdio. Alguns modelos de dieta como a DASH (Dietary Approaches to Stop Hypertension) que constituem em alta ingestão de hortaliças e frutas, laticínios com baixo teor de gordura, grãos inteiros e baixo teor de sódio, assim como a  dieta mediterrânea que prioriza um alto consumo de frutas, legumes, azeite, leguminosas, cereais, peixe e ingestão moderada de vinho tinto durante as refeições, são modelos propostos para a prevenção e controle da hipertensão arterial, assim como para a manutenção da saúde cardiovascular e global.

Outras estratégias como a suplementação de ômega-3, consumo de alho, fibras dietéticas, linhaça, chocolate amargo (cacau) e soja, tem fortes evidências na redução da pressão arterial. 

Sendo assim, uma alimentação baseada no consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, priorizando a ingestão de frutas, verduras, raízes, sementes, carnes magras e laticínios com baixo teor de gordura, redução do consumo de sal e açúcar de adição, parece ser uma estratégia eficaz para prevenção e controle das doenças cardiovasculares, associada a medidas de controle do peso, acompanhamento médico regular, prática de exercício físico e redução do estresse.   

Fonte: Précoma DB, Oliveira GMM, Simão AF, Dutra OP, Coelho OR, Izar MCO, et al. Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019 [online]